domingo, 28 de maio de 2006

A GRANULAR NO FESTIVAL ALKANTARA


Paulo Curado


GRANULAR / P.A.R.T.S.
(Festival Alkantara)
15 de Junho, 17:00
Ruínas do Convento do Carmo, Lisboa


Entrada 2 €


Associados da Granular encontram-se com alunos da escola superior de dança contemporânea belga P.A.R.T.S. (Performing Arts Research and Training Studios) para uma série de duos improvisados entre músicos e dançarinos. O evento está inserido no festival de dança, teatro e performance Alkantara e tem como cenário as belas ruínas do Convento do Carmo.

Músicos Granular participantes:
Paulo Curado (saxofones, flauta)
Ulrich Mitzlaff (violoncelo)
Flak (guitarra eléctrica)
Pedro Tudela (computador)
Miguel Cabral (bateria)
Carlos Zíngaro (violino)

Apresentação do projecto:

Uma particularidade de muitos músicos que abraçaram os processos da improvisação é o facto de em simultâneo se dedicarem à composição de música de cena, destinada à dança e ao teatro, ou de bandas sonoras (para cinema ,instalações, etc.). Neste tempo de transversalidades estéticas e criativas, muitos artistas sonoros são também videastas, pintores ou designers e cada vez são mais os casos de dançarinos, performers e actores que se interessam também pela produção e organização de som. Nada de mais natural, pois, do que imaginarem-se situações em que as várias disciplinas artísticas possam interagir com igual estatuto. É neste contexto que a Granular, associação cultural sem fins lucrativos que procura promover a experimentação na música, buscando precisamente este tipo de colaborações, vai participar no Alkantara.

Para o encontro de 15 de Junho entre músicos e bailarinos, a Granular propõea participação de seis improvisadores vocacionados para este tipo de parcerias. Figura de proa do jazz inovador português, o saxofonista e flautista Paulo Curado tem uma longa experiência de musicação do cinem aanimado para crianças e é habitual vê-lo a tocar ao vivo em espectáculos de teatro. Alemão de nascimento mas radicado em Portugal há longos anos, UlrichMitzlaff (violoncelo) coloca a sua formação clássica como plataforma de salto de um entendimento da música que tem tanto de expressivo como de atento ao que os seus companheiros de palco estão a fazer. Antigo elementodo grupo pop / rock Rádio Macau e mentor dos Micro Audio Waves, o guitarrista Flak encara a oportunidade das suas intervenções como princípio motor, o que faz com elegância e sentido de diálogo. Nome bem conhecido das artes plásticas nacionais, Pedro Tudela tem a arte sonora como segundoi nvestimento, propondo uma electrónica que vai do "beat" à abstracção, capaz ora de sustentar, ora de libertar, o trabalho do movimento. Miguel Cabral, baterista que também se dedica à invenção, construção e exploração de dispositivos electrónicos "lo-fi", emprestou já ao duo de avant pop Mola Dudle, de que foi um dos fundadores, e ao projecto The Nevermet Ensemble os seus especiais dotes construtivos e estruturantes. Conceituado autor de música para dança a nível europeu, tendo trabalhado com muitos dos mais importantes criadores da área, o violinista Carlos Zíngaro entende as suas contribuições como um alicerce coreográfico e de encenação, propondo atmosferas e pontos de marcação.

Com tais préstimos, não será de todo possível entender a dança como uma tradução física da música (estes músicos já são por si mesmos muito "físicos") nem a música como um simples acompanhamento do que farão os performadores. Estarão em total equivalência de circunstâncias, cada uma como seu espaço próprio, mas também com a melhor das condições para se alimentarem mutuamente. Não tem havido muitas ocasiões para realizar tal ambição, pelo que esta sessão tem tudo para fazer história. A não perder.

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