segunda-feira, 20 de setembro de 2004

OITENTAS PELAS VENTAS E SPEEDING BULLETS NO MJUANA DIA 18/09/04

Não faziam parte do cartaz. Apareceram para tocar. São da Figueira da Foz os Oitenta Pelas Ventas. No MJuana mostraram que afinal o punk ainda vive. Canções duras. Voz imperceptível na maioria do tempo. Quando as palavras eram audíveis lá estavam os vocábulos de sempre. Palavras da ordem, contra o sistema. A atitude esteve lá. A entrega também. Só uma dúvida ficou no ar depois do concerto: será que ainda faz sentido haverem bandas assim? Para alguns talvez… E enquanto assim for que Os Oitenta Pelas Ventas continuem a sua luta.
Passemos agora a falar da banda que levou até ao Mjuna mais de 200 pessoas. Os Speeding Bullets brilharam numa noite quente em que o suor escorria pelas paredes. O psychobilly dos Speeding Bullets bateu forte no corpo dos presentes não deixando ninguém indiferente. Canções sempre a abrir, onde estão presentes referências a bandas como Meterors ou Dementede Are Go, puseram centenas a abanar o corpo num espaço que não tinha espaço para isso. Só foi pena o som não ter ajudado para que a festa fosse ainda maior.
Apesar de o imaginário dos músicos estar povoado por imagens e personagens de filmes de terror, na noite de sábado, os Speeding Bullets mostraram um conjunto de temas possíveis de figurar na banda sonora de qualquer um dos filmes de Tarantino.
Sendo de Coimbra, cidade que muito deve aos Tédio Boys, os Speeding Bullets, não esqueceram a banda que criou neles a vontade de fazer música, e prestaram uma sentida homenagem ao grupo de Paulo Furtado tocando um dos seus temas.
Ficou provado, nesta noite, que os Speeding Bullets, apesar de estarem marcados por um estilo, que óbviamente está datado (inícios dos anos 80), são uma banda do presente, com quatro músicos bastante competentes, que necessitam urgentemente de registar estes temas em disco. Esperemos que a vida pessoal dos músicos não atrapalhe um futuro que pode ainda ser mais risonho.
De realçar no som da banda, o toque de classe imposto pelo contrabaixo do Bruno, instrumento pouco vulgar em grupos psychobilly.
Este foi sem dúvida um excelente ensaio para o concerto que em breve vão dar no Hard Club ao lado dos Meteors. Que a noite consiga ser ainda melhor que esta.

Nuno Ávila

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