segunda-feira, 29 de novembro de 2010

BIOGRAFIAS DO FADO



Editado a : 22 Novembro 2010

Sempre se acreditou que o grande público podia gostar de Fado e transformar grandes discos em grandes sucessos comerciais.

Em 1994, sob uma encomenda da organização da “Lisboa, Capital Europeia da Cultura” reuniram-se os fadistas mais diversos em “Biografia do Fado”, que vendeu até hoje mais de 120.000 álbuns duplos e se constitui como a compilação de Fado mais vendida em Portugal.

Mais do que nunca o disco foi dirigido tanto a portugueses como a estrangeiros que procuram e consagram os nossos fadistas. Era preciso fazer novas colectâneas que fossem uma escolha obrigatória e segura para quem quer ter o melhor do Fado. Assim, e porque o sucesso da “Biografia do Fado” foi tanto que naturalmente o título “Biografia” evoluiu para título de série de discos que contivessem os Artistas e os temas que fazem a História do fado. Desta forma, em 2001 editou-se a “Biografia do Fado de Coimbra” que permarneceu várias semanas no top 10 das compilações facto perfeitamente inédito para uma compilação exclusivamente dedicado ao Fado de Coimbra, em 2002 “A Nova Biografia do Fado” que mostrava os novos valores que na altura despontavam no mundo fadista e, em 2005, “ A Biografia da Guitarra” que pela primeira vez juntava num CD todos os grandes Mestres da Guitarra Portuguesa.

É Sabido que chegou a altura de ouvir, lado a lado, todos os grandes mestres do passado e os nossos contemporâneos que resistem à comparação pelo que apresenta-se agora uma caixa que reúne os 4 volumes, que com excepção da “Nova Biografia do Fado” cujo alinhamento foi revisto e actualizado, mantém os alinhamentos originais

Biografia do Fado - CD1 / CD2

Reúne esta antologia o que um grupo de trabalho constituído para a sua elaboração considerou como os mais significativos dos chamados fados clássicos e, dentro destes, uma escolha de interpretações já existentes que pudessem ser consideradas referenciais De certa forma, tratava-se de reunir o que se poderia considerar como um corpus do essencial do reportório fadista, do que os fadistas eles próprios, eles que efectivamente fazem o fado, consideram como o que mais profundamente caracteriza o género musical que é o seu.

Já se sabe que todas as selecções são por definição subjectivas e polémicas, esta a tanto não fugirá, mas tem à partida condições invulgares: sustentar-se no mais vasto e consistente acervo fonográfico do Fado de Lisboa e de ter sido elaborada por quem os conhece e estima: os discos e o fado.

Durante a elaboração deste trabalho verificou-se porém uma situação peculiar: salvo alguma excepção não detectada, mas que não altera o quadro, todos os fados (à excepção do Menor e do Corrido) hoje tidos pelo meio fadista como clássicos são posteriores a 1920, ou mesmo a 1930! E note-se ser isto tanto mais peculiar quanto, por um lado, não falta o registo (seja de letras, seja de pautas) de fados anteriores a essa época, muitos datando mesmo dos finais do século XIX, e que disfrutaram de enorme popularidade, de que ainda hoje se encontram ecos.

Parece assim possível dizer que o fenómeno musical que hoje designamos e conhecemos como fado, e que tem a sua definição essencial no conjunto dos fados clássicos, se definiu num período relativamente recente – nos últimos 70 anos do séc XX ... – independentemente, já se vê, de beber raízes e matrizes musicais e poéticas numa evolução que todo o estudo conhecido faz remontar, no mínimo, ao início do século passado.

Debruçando-nos sobre este aparentemente surpreendente facto, acaba-se porém por admitir que, no fundo, talvez não haja motivos para surpresa. O fado, tal como esta interessante “Biografia” o narra, é afinal contemporâneo daquilo que tornou possível não propriamente escrevê-la, mas ... gravá-la


Nesta “Biografia do Fado” recorda-se quem deu até final do séc. XX a cara ao Fado, quem lhe deu voz. É uma “Biografia” recente: a mais antiga gravação que aqui temos, “Perseguição”, tinha na altura da edição original da “Biografia” menos de 70 anos. Preferimos, desta vez, reduzir ao mínimo as cópias feitas a partir de discos de 78 rotações, salvaguardando a qualidade de som que um ouvinte não especializado exige. Mas nem por isso resistimos a incluir, além de Maria Alice, Ercília Costa, “A Santa do Fado”, outra sobrevivente das 78 rotações. E fizemos questão de divulgar fadistas que os que têm menos de 60 anos já não conheceram: Filipe Pinto, Maria Albertina, Frutuoso França, Berta Cardoso, Ao mesmo tempo, aproveitámos para publicar, pela primeira vez, em CD, títulos como “O Fado das Caldas” por Vicente da Câmara, “Colchetes de Ouro” por Hermano da Câmara (gravado ainda antes de ele abraçar a vida religiosa), a gravação original de “Amar” por Teresa Silva Carvalho, a versão com guitarra e viola de “Aquela janela Virada Pró Mar” por Tristão da Silva, uma gravação inédita de “Arraial” por João Braga, etc, etc, etc. Ao todo, cerca de metade das gravações que escolhemos nunca tinha sido editada em compact disc. E, claro, não falhámos nenhum dos deuses do Panteão: a alguns deles pedimos mesmo bis.
Os Fados que aqui ouvimos são sucessivamente plebeus e fidalgos. Alguns, coincidindo com os anos 40 e 50. contam historias simples de amores e tragédias domésticas, numa altura em que o Fado e a Rádio ocupavam nos tempos livres das classes médias o papel que hoje vemos protagonizado pelas novelas da Televisão. Outros, em momentos mágicos, desejam o Céu e conseguem-no pela nobreza da arte dos seus maiores cultores.

Alinhamento:
Disco 1
Abertura
1. Carlos Ramos - Biografia Do Fado
Biografia do Fado – 1ª Parte
2. Alfredo Marceneiro - A Casa Da Mariquinhas
3. Ercília Costa - Fado De Lisboa (Lisboa Casta Princesa)
4. Maria Alice - Perseguição
5. Filipe Pinto - Minha Mãe Foi Cigarreira
6. Carlos Ramos - Não Venhas Tarde
7. Berta Cardoso - Tia Macheta
8. Frutuoso França - Amizades
9. Hermínia Silva - A Tendinha
10. Maria Albertina - Fado Meu Filho
11. Max - A Rosinha Dos Limões
12. Maria Teresa de Noronha - Rosa Enjeitada
13. António dos Santos - Partir É Morrer Um Pouco
14. Lucília Do Carmo - Foi Na Travessa Da Palha
15. Amalia Rodrigues - Foi Deus
16. Manuel Fernandes - A Vassourinha
17. Celeste Rodrigues - A Lenda Das Algas
18. Manuel De Almeida - Antigamente
19. Tony de Matos - Lisboa À Noite
20. Argentina Santos - Chafariz D'El-Rei
21. Tristão da Silva - Aquela Janela Virada P’ro Mar
22. Vicente da Câmara - Fado Das Caldas

Intervalo

Disco 2
Biografia do Fado – 2ª Parte
1. Fernando Farinha - Belos Tempos
2. Fernando Maurício - Alfama
3. Frei Hermano da Câmara - Colchetes D' Oiro
4. António Mourão - Fadista Louco
5. Fernanda Maria - Saudade Vai-Te Embora
6. João Ferreira Rosa - Embuçado
7. Teresa Silva Carvalho - Amar
8. Carlos do Carmo - Saudade Mal Do Fado (Fado Louco)
9. Rodrigo - A Última Tourada Real De Salvaterra
10. Antonio Mello Correa - Quentes E Boas
11. Joao Braga - Arraial
12. Carlos Guedes Amorim - Cavalo Alazão
13. Maria da Fé - Até Que A Voz Me Doa
14. José Pracana - Lenda Das Rosas
15. Carlos Zel - Prece
16. Nuno da Camara Pereira - Cavalo Ruço
17. José da Câmara/Vicente da Câmara - A Moda Das Tranças Pretas

Os Encores
18. Maria Teresa de Noronha - Saudade Das Saudades
19. Hermínia Silva - Lisboa Antiga
20. Alfredo Marceneiro - O Bêbado Pintor
21. Lucília Do Carmo - Naquela Azenha Velhinha

A Apoteose
22. Amália Rodrigues - Tudo Isto É Fado

Nova Biografia do Fado – CD3

Nesta nova “Biografia do Fado” - que se pretende seja uma actualização de uma selecção anterior (de 2002) — procurou-se reunir as vozes dos mais jovens intérpretes daquele género, activos em 2010. A quando da primeira inventariação, eram pouco mais de meia-dúzia os novos cantores; hoje, oito anos volvidos, o número de intérpretes é significativamente maior. No tempo que mediou as duas edições muita coisa aconteceu.
O fado goza um momento de particular visibilidade que corresponde a um desenvolvimento interno do género. Não sendo a primeira vez que isto acontece, é a primeira vez que um processo de expansão tem lugar a seguir a uma das mais profundas e prolongadas crises, uma crise marcada por resistências de todo o tipo — estéticas, ideológicas, culturais, políticas — que negou ao fado a visibilidade que hoje tem. Actualmente, o fado está claramente consciente da sua história, do seu património, mas em vez de o folclorizar fixando-o, tem-no utilizado para se reconfigurar, para se renovar, demonstrando uma vitalidade pouco comum em géneros musicais com tão longo e preenchido historial

No alinhamento desta renovada “Nova Biografia do Fado” deu-se voz a 18 nomes. Escreveu o Professor Pedo Félix, responsável pela selecção do repertório, nas notas que acompanham a edição - ”Esta escolha pode ser considerada conservadora. Mas se o é, é por saber que ao seleccionar estou perigosamente a traçar fronteiras, a definir códigos.
Não sei, não posso saber, que caminhos tomará o fado. Não sei se exclui injustamente as “certezas” de um futuro próximo (muitas vezes me lembrei das histórias tantas vezes contadas a propósito das “óperas da Amália”, ou as polémicas em torno do Fado Bacalhau, recebido como um abastardamento do género). Sei no entanto que se houvesse consenso seria porque o universo do fado estava paralisado, que não se pensava a ele próprio, que não se discutia. Por ter a certeza que não é assim, sei que esta escolha será criticada, debatida, analisada... e isso só abona em favor do fado. Sei também mais: sei que neste preciso momento esta é uma selecção ultrapassada porque as “novas vozes” já não são só as que estão neste CD, as “novas vozes” estão agora a cantar numa qualquer associação recreativa, num clube de bairro, numa casa de fado, num pequeno palco no interior do país, numa casa aparentemente banal de um banal bairro de uma qualquer cidade. Dessas vozes alguém dará conta em futuras “biografias”. Se o tempo mostrar que errei na selecção, é porque acertei na percepção da vitalidade do género.”

Alinhamento:
1. Camané - Se ao menos Houvesse um dia
2. Carminho - Escrevi o teu nome no vento
3. Helder Moutinho - Fado Novo do Chiado
4. Raquel Tavares - Madrugadas Serenas
5. Ricardo Ribeiro - Água Louca da Ribeira
6. Aldina Duarte - A Voz e o Silêncio
7. Kátia Guerreiro - Asas
8. Ana Sofia Varela - Vivendo sem Mim
9. Joana Amendoeira - Fadista Louco
10. Maria Ana Bobone - Três Bairros
11. Cuca Roseta - Rua do Capelão
12. Mísia - Garras dos Sentidos
13. Ana Moura - A sós com a noite
14. Cristina Branco - Fado do mal passado
15. Pedro Moutinho - Não disse nada Amor
16. Mafalda Arnauth - Porque não ouço no ar
17. Rodrigo da Costa Félix - A Prece
18. Mariza - Ó gente da minha terra

Biografia da Guitarra – CD4

Procurou-se nesta “Biografia da Guitarra” mostrar as duas vertentes da “Guitarra Portuguesa” de Lisboa:

- as “guitarradas”, onde o guitarrista pode dar largas à sua técnica e imaginação, criando as chamadas “variações”

- o “acompanhamento”, onde o guitarrista, estando atento ao poema, à letra, ao estilo e até à intensidade da voz do intérprete, pode e deve “ajudá-lo”.

É pela mão do Professor Martinho d’Assunção que a viola evolui consideravelmente, dando sempre o suporte rítmico e harmónico à guitarra mas dialogando com esta e permitindo ao guitarrista ter mais “espaço” para as suas “divagações musicais”.
Artur Paredes resolve por volta de 1945, juntamente com o construtor de guitarras João Pedro Grácio, criar aquela que passará a ser conhecida como a “Guitarra de Coimbra”. Algumas modificações feitas na construção desta são depois aplicadas também na construção da “Guitarra de Lisboa”, que passa a beneficiar de qualidades acústicas bem melhores do que até ali.
A Biografia da Guitarra está longe de concluída. A simples existência hoje de instrumentistas como Fontes Rocha, Mário Pacheco, Ricardo Rocha, Pedro Caldeira Cabral, António Chaínho, Paulo Parreira, Custódio Castelo ou José Manuel Neto – para só citar alguns – é boa prova de que a história não acaba aqui. E não se surpreenda quem notar neste disco a ausência de alguns deles (ou de outros, estejam eles ou não em actividade). Trata-se dum 1º volume, que só pode ser entendido como uma introdução.
Note-se, por fim, a inclusão neste disco do “inclassificável” Carlos Paredes, dema-siado heterodoxo para o podermos classificar apenas “de Coimbra” ou “de Lisboa”, embora a ambas pertença. Vindo na linha de seu pai, Artur Paredes, e dotado de um talento ímpar, ele dá uma nova dimensão à guitarra portuguesa, criando e executando peças de rara beleza e de uma técnica excepcional. A ele se deve a universalização da guitarra portuguesa e a sua música vem estimular toda uma nova geração.

Alinhamento:
1. Carlos Paredes - Variações Em Ré Menor
2. Alcino Frazão - Rapsódia De Folclore
3. Armando Freire - Fado Armandinho
4. Jaime Santos - O Meu Sentir
5. Domingos Camarinha acomp. Amália Rodrigues - Guitarra Triste
6. Domingos Camarinha - Guitarra Triste
7. José Nunes acomp. Vicente da Câmara - As Cordas Duma Guitarra
8. José Nunes - Retalhos Do Passado
9. Francisco Carvalhinho acomp.Carlos Ramos - Minha Guitarra
10. Francisco Carvalhinho - Recordações
11. Raul Nery acomp. Maria Teresa de Noronha - Minha Dor
12. Conjunto de Guitarras de Raúl Nery - Fado Das Trincheiras
13. Conj. de Guitarras de Raul Nery acomp. Fernando Farinha - Guitarras De Lisboa
14. Fontes Rocha - Variações No Fado Mouraria
15. António Chaínho acomp. Lucília do Carmom - Acordem As Guitarras
16. António Chainho - Variações Em Mi Menor
17. Mário Pacheco - Canto Da Sereia Encantada
18. Ricardo Rocha - Iniciação
19. Custódio Castelo acomp. Camané - Guitarra, Guitarra
20. Pedro Caldeira Cabral - Larghetto Dos Prazeres

BIOGRAFIA DO FADO DE COIMBRA – CD5

À semelhança do que se diz do Direito Romano, também o Fado de Coimbra começou por não ser. Certo que desde sempre, particularmente desde meados do século XIX, os estudantes que deambulavam pelo velho burgo coimbrão, libertos da sonolenta leitura das apostilas ou das filiais sebentas, iam arrancando à viola toeira, no alinhamento paralelo dos arames, pungentes trinados que sublinhavam canções em voga.

Com o aparecimento da guitarra alongava-se em esforço de definição uma estrutura melódica que não clivava ainda com a tradicional melopeia do batido fado lisboeta. Um ou outro escolar ensaiaria uma estrutura mais erudita, do lied ou da sonata, mas seria em híbridas e ao mesmo tempo lineares formas de comunicação de um certo tipo de sentimentalidade amorosa que os rapazes da academia derimiam em noites de boémia as tristezas que sempre escorrem das horas mortas. A música coimbrã inicia desde então o ciclo metamorfósico.

Esta “Biografia do Fado de Coimbra” cobre esta evolução recuando aos primeiros registos fonogáficos e sempre que a qualidade do seu audio permite a sua utilização numa edição comercial. O Fado Clássico, O Fado Canção, A Balada e a Guitarrada nos seus maiores intérpretes ilustram esta evolução desde a “Década de Oiro” passando pela “Segunda Década de Oiro” até aos nossos dias.

Elencar, para todas as épocas, nomes, composições, estilos, não cabia na modéstia desta nota, breve sumário da história desse tocante veículo de comunicação de sentimentos e emoções, carregado de símbolos e mitos, sempre revisitado e a exalar frescura, contra o tempo e os silêncios, que é a música da cidade do Mondego. Não lhe caem os parentes na lama se chamarmos fado a muitas das suas formas cantadas, que assim têm caminhado e são reconhecidas...

De Coimbra fica sempre a inspiração e a mitificação de nomes e lugares. Ao deslumbramento da chegada, segue-se a exaltante vivência, que é convivência, e mais encanto na hora da despedida, maneira de falar da sua permanência, recordação teimosa em quem lá viveu os verdes anos.
Neste disco poderá certamente encontrar-se dos mais significativos momentos desse universo musical, na variedade das suas múltiplas formas de expressão. Ao ouvi-lo, a possibilidade de participar desse mais encanto, vivido ou imaginado, presente numa antologia que guarda um século de amor e de saudade, a par com o sabor das coisas populares e de renovados sentires.
Para quem sabe descobrir nas harmonias e na substância poética que se eleva das palavras o fundo mistério de Coimbra, um não sei quê que faz com que chegue a ter saudades dela, quem nela nunca viveu...

Alinhamento:
Abertura
O Fado Clássico
1. Luiz Goes - Fado Hilário

O Fado Canção
2. José Afonso - Amor De Estudante

A Balada
3. Adriano Correia de Oliveira - Trova Do Vento Que Passa

A Guitarrada
4. António Portugal - Balada De Coimbra

A Década de Oiro
5. Antonio Menano - Fado Do Alentejo
6. Edmundo Bettencourt - Senhora Do Almotão E Senhora Da Póvoa
7. José Paradela de Oliveira - Fado De Santa Cruz
8. Artur Paredes - Variações Em Ré Menor

Da “Segunda Década de Oiro” até aos nossos dias
9. Augusto Camacho - Quando Os Sinos Dobram
10. Fernando Rolim - Ondas Do Mar
11. Sutil Roque - Fado Das Andorinhas
12. Alfredo Correia - O Meu Menino
13. João Bagão - Reencontro Entre Dois Temas
14. Luís Marinho - Samaritana
15. Luiz Goes - É Preciso Acreditar
16. José Afonso - Menina Dos Olhos Tristes
17. Luís Marinho - Traz Outro Amigo Também
18. Luiz Goes - Romagem À Lapa
19. António Brojo - Variações Sobre Um Tema Em Fá Sustenido Menor
20. Fernando Machado Soares - Balada Da Despedida (Coimbra Tem Mais Encanto)

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